BRICS - PARTE 1
Estou participando de um curso de extensão sobre o BRICS aos sábados. E
para concretizar todo o conhecimento adquirido, vou fazer resumos do que
aprendi a cada semana.
Acredita-se que a teoria original do grupo BRIC venha do banco de
investimentos Goldman Sachs, em um estudo de 2001, de seu chefe de pesquisa em
economia global, Jim O’Neil, chamado "Building
Better Global Economic BRICs". Que via grande poder de crescimento
econômico e de influencia na união de países que possuíssem características
especificas de crescimento, como ampla população, ampla base de consumo, acesso
ao capital, perfil demográfico e commodities. O conjunto dos quatro países atualmente representa mais de um quarto
da área terrestre do planeta e mais de 40% da população mundial. Percebe-se o
inicio da movimentação do poder econômico dos países desenvolvidos para os
países em desenvolvimento e uma maior influencia geopolítica desses países.
A formação é complementar, um tem o que o outro precisa, e vice-versa.
Brasil e Rússia possuem muita matéria-prima e energia. Enquanto China e Índia
tem excesso de mão de obra. A junção desses poderes passa do nível de apenas
comércio e chega ao patamar de complementaridade; ainda assim, um alto grau de
organização e cooperação é necessário para que o grupo alcance o ápice da
influencia internacional que se espera.
Sua reunião inaugural foi em 2009. E em 2011 a África do Sul foi convidada
a participar do grupo, que foi chamado então de BRICS (S de South Africa). Até
hoje alguns teóricos se perguntam a finalidade da entrada do país africano, que
em nada se compara a potência dos outros membros do grupo. Porém, pode-se
analisar a questão não do ponto de vista econômico e sim do geopolítico, aonde
ter um país africano com forte presença indiana, chinesa e brasileira aumenta a
influencia mundial dos BRICS. A escolha obvia seria o país mais forte do
continente, portanto, África do Sul.
Em geral, as reuniões anuais tem um tom pacifico, aonde se defende a
cooperação para o crescimento conjunto. Mesmo tendo emitido uma declaração
pedindo o estabelecimento de uma ordem mundial multipolar, todos os
países-membro (excetuando-se talvez a Rússia) admitem a hegemonia americana e
não tem pretensão de confronta-la. Grande exemplo disso seria o conceito chinês
do “mundo harmonioso”, onde cada Estado assume a posição que merece de acordo
com o que tem. E os EUA estariam no topo da lista e lá devem permanecer até que
façam por onde não ter mais esse direito. Utilizando-se da cooperação ganham, a
cada ano, maior participação nas decisões das instituições globais.
Cada Estado-membro vê na união perspectivas positivas diferentes de
acordo com sua política externa. Para o Brasil é importante balancear e
democratizar a ordem internacional, gerando uma ampliação das suas relações
econômicas.
Já a Rússia vê seu crescimento econômico assegurado pela ligação com as
potências emergentes e dessa forma consegue manter sua obsessão em ser uma
superpotência, utilizando os BRICS como arma de combate a hegemonia americana.
A Índia não percebe o grupo como uma aliança de grande influencia, mas o
utiliza como instrumento para incentivar a multipolaridade e um meio de ganhar
reconhecimento da sua crescente posição internacional. Correntes de pensadores
indianos acreditam que a salvação do planeta se encontra na cultura de seu país
e que o mundo deve conhecer e aceitar as ideias indianas. Acreditam que têm
capacidade para ser líder global.
De todos, o que tem o maior PIB é a China e, apesar de apontado como a
próxima superpotência mundial, prefere manter-se em um perfil baixo,
assegurando seu status de país em desenvolvimento e se esquivando de assumir
responsabilidades caras. Para a China o grupo garante a estabilização do
ambiente internacional e a prevenção do cerco, uma vez que é muito próxima de
países segurados pelos EUA (Coréia do Sul e Japão). Mesmo assim, é importante
lembrar que a China precisa menos do BRICS do que eles da China.
E, por fim, o mais novo membro, a África do Sul tem grande interesse na
cooperação sul-sul e nos mecanismos de apoio do grupo. Além de ter fortalecido
sua influencia no continente africano.
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